5 armadilhas da avaliação de empresas que você pode evitar

A avaliação de empresas é uma técnica muito utilizada para que se conheça de maneira correta qual o valor de uma empresa. Ela é especialmente útil pois auxilia na tomada de decisão em geral, trazendo mais segurança para os investimentos e melhores possibilidades para o futuro.

O problema, entretanto, é que existem armadilhas de cálculo, e de avaliação, que podem gerar valores que não correspondam à realidade. Para evitá-las, veja pelo menos cinco armadilhas na avaliação de empresas!

O que é avaliação de empresas?

O processo de avaliação de empresas consiste em um levantamento e avaliação do valor de um determinado empreendimento ou negócio baseado em uma série de resultados e projeções. Essa avaliação pode ser realizada, por exemplo, antes da compra ou fusão de empresas, ou então com a saída de um sócio.

Para que esse valor possa ser calculado são utilizadas diferentes técnicas e ferramentas, como o balanço patrimonial, o fluxo de caixa descontado, múltiplos de mercado ou o valor das ações em bolsa, por exemplo. Para se chegar a uma conclusão realmente representativa, entretanto, é preciso levar em conta o fato que o valor de uma empresa está relacionado a uma série de fatores, tangíveis e intangíveis, como o valor de marca, carteira de clientes, entre outros.

Quais são as principais armadilhas?

Mesmo com as ferramentas corretas, determinar o valor de uma empresa nem sempre é tarefa fácil. Esse processo se torna ainda mais difícil quando é realizado de maneira autônoma e desassistida, como ao não contar com empresas especializadas no assunto, e que tenham as técnicas corretas para cada caso.

Nesse cenário, durante a avaliação de empresas algumas armadilhas aparecem e você pode evitá-las se conhecer quais são elas de antemão. No geral, as principais armadilhas incluem:

Desconsiderar o tipo de estoque para o valor da empresa

Quando se utiliza um fluxo de caixa descontado para a avaliação de empresas o estoque entra como um dos fatores que alteram o valor da empresa. Quanto maior for esse estoque, normalmente maior é a necessidade de capital de giro, o que diminui o valor da empresa.

Entretanto, alguns estoques possuem uma característica que não pode ser ignorada: a liquidez. Isso significa que esses produtos armazenados podem ser transformados rapidamente em dinheiro. Quando isso acontece, o estoque deve ser equiparado ao fluxo de caixa.

A armadilha consiste justamente no fato de considerar todo e qualquer estoque como um ativo imobilizado e sem liquidez. Quando essa consideração é feita para um estoque com boa liquidez, o resultado é que o valor da empresa é diminuído, sem que isso reflita a realidade.

Não levar em conta as projeções para o futuro

Não considerar e não avaliar as projeções de resultados para o futuro da companhia ou negócio é outra armadilha que pode ser encontrada em avaliação de empresas. Isso porque uma empresa ou negócio pode ter um resultado momentâneo e passado bastante benéfico, porém, ao mesmo tempo, pode se mostrar pouco viável ou rentável nos próximos anos. Isso acontece comumente com empresas cuja atividade esteja em declínio, ou que estejam inseridas em um mercado cujas dificuldades já estejam previstas.

Do mesmo modo, uma empresa pode apresentar resultados que parecem insatisfatórios no momento, mas pode ter uma boa projeção para o futuro. Muitas vezes, uma mudança na gestão e nos investimentos pode fazer com que a empresa se desenvolva e renda muito acima do esperado, o que aumenta seu valor.

Por isso, tão importante quanto olhar para o passado e para o presente de uma empresa é olhar para o seu futuro. Levar em conta projeções e previsões de mercado ajuda a identificar o seu valor e quais os desafios – ou vantagens – que ela pode encontrar no curto e médio prazo.

Ignorar o risco de cada filial

Também pode ser que a empresa a ser avaliada tenha diferentes unidades, inclusive podendo ter diferentes áreas de atuação. Nesse caso, não se pode adotar a mesma metodologia para todas as unidades, ou simplesmente multiplicar o valor de uma unidade pela quantidade de filiais.

Cada unidade possui um risco associado e, com isso, um valor que deve ser considerado. Nesse caso, uma avaliação relevante, e de sucesso, deve considerar cada unidade individualmente, para que a análise global seja realmente condizente com o valor da empresa.

Não cruzar dados e resultados

Embora cada empresa tenha, sim, um método mais indicado para sua avaliação correta, um erro muito comum consiste em utilizar apenas um desses métodos e tomar o resultado como definitivo.

Quando isso acontece, existem riscos da avaliação não contemplar todos os fatores possíveis, e assim não refletir, necessariamente, o valor do mercado. Sem um parâmetro de comparação, fica difícil saber se o valor pode ou não estar correto.

Por isso, a forma de evitar essa armadilha é fazer uma avaliação de empresa segundo alguns métodos para encontrar valores sob diferentes óticas. Guardadas as diferenças, deve-se, então, realizar a análise e comparação, bem como o cruzamento dos resultados.

Se um fluxo de caixa descontado, um balanço patrimonial e uma análise de múltiplos apresentarem valores com uma grande dispersão entre si, então talvez seja necessário incluir alguns fatores nas análises para um resultado mais assertivo.

Não separar valor gerado pelo negócio e pelo acionista / proprietário

No uso de um fluxo de caixa descontado existe uma armadilha muito comum especialmente para pequenas e médias empresas: a mistura entre o valor gerado pelo negócio, e aquele gerado por seu acionista/proprietário.

Isso acontece basicamente por um motivo: em determinados tipos de empresa, normalmente é o acionista majoritário ou proprietário o principal executivo e tomador de decisões em geral. O valor que esse profissional recebe é comumente muito menor do que aquele que seria pago para um executivo contratado.

Se esse valor não é levado em conta, então o fluxo de caixa descontado também levará em conta o valor gerado por seu acionista/proprietário. Caso se trate de um processo de aquisição de empresa, o valor da empresa é apenas virtual, já que em determinados casos o acionista/proprietário pode não estar mais na empresa vendida, a fim de gerar valor.

Para evitar essa armadilha é preciso descontar do fluxo de caixa o valor que seria pago a um executivo no lugar do proprietário, permitindo uma avaliação mais precisa.

A avaliação de empresas e negócios é um processo importante, e que serve para identificar quanto vale o negócio ou uma empresa dentro de um mercado específico. Por se tratar de um processo complexo, é comum alguns profissionais de mercado, e até mesmo proprietários de empresas, serem induzidos a erros, caindo em algumas armadilhas, tendo assim dificuldades na identificação do valor correto de um negócio. Além de conhecer quais são essas armadilhas também é indispensável contar com uma empresa de avaliações especializada nesse tipo de negócio, de modo a obter resultados confiáveis e relevantes.

Agora que você já conhece algumas das armadilhas mais comuns, aproveite para ler o artigo “Quanto vale seu negócio? A importância da avaliação de empresas” e entenda melhor a importância desse tipo de avaliação.

Escrito por: Equipe Planconsult