Taesa vê oportunidade de aquisição de linhas de transmissão neste semestre

 

A Taesa, transmissora de energia controlada pela mineira Cemig e a colombiana ISA, vê a possibilidade de fechar ainda no primeiro semestre a aquisição de algumas linhas de transmissão em operação no país. Entre os principais ativos do tipo estudados pela empresa estão participações que a Eletrobras colocará à venda, conforme aprovado pelo conselho de administração da estatal na última semana, e linhas da Âmbar Energia, da holding J&F.

“Temos oportunidades com relação a M&As [sigla em inglês para fusões e aquisições] que estão sendo estudadas e outras que podem inclusive garantir a nós o direito de preferência. Ainda estamos vendo isso. Mas, de qualquer forma, é uma oportunidade de M&A que estamos efetivamente considerando e analisando. E provavelmente possa ter alguma notícia ainda neste primeiro semestre”, afirmou o diretor-presidente e diretor Jurídico e Regulatório da companhia, Raul Lycurgo Leite, ao Valor.

Na sexta-feira, o conselho da Eletrobras aprovou a venda de participações em onze concessionárias de transmissão. Dessas, a Taesa já é sócia da estatal – e, portanto, tem direito de preferência – em quatro: Brasnorte, Transirapé, Transleste e Transudestes.

Com relação à Âmbar, que detém quatro concessões de transmissão de energia, somando 1.200 km, Leite explicou que a Taesa está analisando o processo. “Não sabemos com qual velocidade eles vão fazer [a operação de venda]”, disse.

Mesmo com as oportunidades de aquisições, o presidente da Taesa contou que a companhia também estudará oportunidades de arrematar novos projetos de transmissão nos leilões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Em termos financeiros, a empresa reduziu o nível de endividamento, de 1,9 vez a dívida líquida sobre Ebitda, no fim de 2016, para 1,5 vez no fim do ano passado. “Estamos aptos a participar dessas aquisições e dos leilões. Temos balanço para isso”, disse o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Taesa, Marcus Aucélio.

A Taesa fechou 2017 com lucro líquido de R$ 648,3 milhões, com queda de 24,8% em relação ao apurado no ano anterior. Segundo o executivo, o resultado foi fortemente impactado pelo recuo, no mesmo período de cerca de 8 pontos percentuais do IGP-M – de 7,12% para uma deflação de 0,9% – principal índice das receitas anuais permitidas (RAPs) das linhas da companhia.

Aucélio, porém, destacou que, na mesma comparação o Ebitda regulatório cresceu de R$ 1,492 bilhão para R$ 1,536 bilhão. Com relação ao quarto trimestre do ano passado, a inflação provocou efeito inverso, permitindo um aumento de 51,2% do lucro, ante igual período de 2016, para 277,6 milhões.

Para este ano, a empresa prevê investir cerca de R$ 500 milhões. Do total, R$ 300 milhões serão destinados aos sete lotes de transmissão que a companhia ganhou em leilões anteriores da agência e ainda precisa construir, com previsão de conclusão entre 2019 e 2022.

Fonte: www.valor.com.br – 27/02/2018