5 dicas para startups e investidores construírem uma parceria de sucesso

Um bom relacionamento entre investidor e empreendedor é fundamental para o sucesso de uma startup. E para que essa parceria funcione, é preciso alinhar expectativas e chegar a um acordo vantajoso para ambas as partes. É o que acreditam Marcos Toledo Leite, sócio fundador do fundo de capital-semente Canary, e Matheus Moraes, diretor jurídico de relações governamentais, comunicação e RH da 99.

Eles palestraram nesta quinta-feira (01/03) durante a 10ª edição do Café com Conteúdo, evento realizado pela PVG – Perlman Vidigal Godoy Advogados, em São Paulo.

Veja cinco dicas listadas por eles para ajudar empreendedores e investidores a conviverem em harmonia e construírem uma parceria de sucesso. Confira a seguir:

1. Só busque investimentos quando realmente precisar 
De acordo com Marcos Toledo Leite, o empreendedor só deve buscar investimentos quando isso for realmente necessário para o crescimento ou sobrevivência do negócio. “Capital não é algo para se comemorar, mas sim uma necessidade. Celebrar que alguém levantou capital é como cumprimentar um chefe de cozinha porque ele comprou ingredientes”, diz o investidor.

2. Escolha bem o investidor
Matheus Moraes lembra que é importante que uma startup conheça com quem está negociando. “Se você consegue o dinheiro errado, que não vem com compromisso nenhum por parte do investidor, isso não te ajudará a desenvolver o seu negócio. Tenha certeza que o seu investidor tem o mesmo propósito que você”, afirma o diretor da 99. “Se você conseguir trabalhar com as pessoas certas, sua probabilidade ter sucesso aumenta muito”.

3. Dê liberdade ao empreendedor
Marcos explica que os acordos propostos por investidores a startups muitas vezes têm cláusulas que podem atrapalhar o crescimento da empresa. “Por exemplo estabelecer uma governança muito engessada para o empreendedor. É preciso dar liberdade e deixá-lo andar com as próprias pernas até que ele consiga levantar mais capital”.

É o que também pensa Matheus. “Tem gente que exige um relatório financeiro semanal. As startups não conseguem entregar isso, pois esse não é o foco da empresa”, diz o especialista. “Quando você embute uma série de obrigações, pode acabar fazendo o negócio não dar certo. Não se preocupe tanto com relatórios e governança. Se o investidor realmente se preocupar com isso, ele não sabe o propósito de uma startup”.

4. Saiba até onde você pode ajudar o empreendedor
“Tivemos bons investidores que exigiram responsabilidade com seu dinheiro e apoiaram muito a startup com seus conhecimentos. Cada estágio existe uma capacidade diferente. Tem muito investidor que fala que na próxima fase de investimentos não irá participar para dar lugar a outro que poderá ajudar mais no crescimento da empresa naquele momento” afirma Matheus.

5. Conheça o perfil dos investidores estrangeiros
Antes de buscar investimentos em mercados estrangeiros, é preciso saber as particularidades de cada país. Matheus explica que norte-americanos e britânicos têm  dificuldade para entender a complexidade do mercado brasileiro. “É muito difícil para alguém do Vale do Silício entender nossas dificuldades de transporte. Eles não conseguem entender quando alguém fala que às vezes se leva 3 horas para percorrer 43km em São Paulo”, afirma o diretor da 99.

Mas isso não é uma regra para investidores de outros países. “Instabilidade política e econômica assusta o alemão, mas quando falo sobre isso ao indiano e ao chinês, eles querem saber o que está acontecendo e talvez vivam a mesma realidade. Os chineses são muito parecidos com brasileiros. Eles olham para nosso mercado e falam: conheço isso, tem oportunidade pra caramba”. 

Fonte: www.epocanegocios.globo.com – 01/03/18