Afinal, o que é a gestão de ativos?

A gestão de ativos é um assunto que tem ganhado cada vez mais notoriedade no universo corporativo. A popularidade do tema é justificável: as iniciativas voltadas para a administração dos bens de uma empresa têm feito toda a diferença para oferecer um produto mais competitivo no mercado.

Nesses moldes, ganha a empresa, que consegue aumentar a lucratividade, e ganha o consumidor, pois passa a ter acesso a um produto mais barato na prateleira do mercado. O trabalhador também sai ganhando, pois conta com um ambiente de trabalho mais organizado e mais seguro.

Diante da inegável importância do tema, o post de hoje traz tudo o que você precisa saber sobre a gestão de ativos. Confira!

O que podemos entender como “ativo”

Antes de mais nada, é importante que fique claro o que é, exatamente, um ativo. A norma técnica ISO 55.000 — que abordaremos adiante — considera como ativo todo e qualquer item, coisa ou entidade que representa, para a organização, algum valor atual ou em potencial.

Isso significa que estamos diante de um conceito bastante amplo, que inclui os bens corpóreos e incorpóreos, tais como direitos, ações, créditos, dinheiro, patentes, marcas e outros.

Apesar disso, temos que reconhecer que os ativos corpóreos ou físicos, em muitos casos, representam uma parte substancial dos bens da empresa e devem, portanto, ser o foco dos esforços da equipe de gestão.

Dentro dessa categoria podemos incluir todo o maquinário industrial da empresa, bem como imóveis, móveis, veículos, materiais de escritório, estoque e mercadorias.

A importância da gestão de ativos

A gestão de ativos compreende um conjunto coordenado de atividades voltadas para extrair valor dos ativos da empresa. Isso inclui o balanceamento de custos, oportunidades e riscos frente à performance que se espera desses ativos para que sejam alcançados os objetivos da organização.

O trabalho tem início antes mesmo de a empresa adquirir o ativo. Ou seja, começa no processo de deliberação acerca da necessidade desse tipo de investimento, passa por todas as fases de seu ciclo de vida e vai até o descarte, observando-se as regras ambientais para evitar a responsabilização civil, administrativa e criminal da empresa.

Sem uma equipe especializada, munida de modernas ferramentas de gestão, os ativos da empresa são utilizados de forma intuitiva pelos colaboradores. Geralmente, isso faz com que eles tenham uma vida útil menor e demandem manutenção com mais frequência, o que faz disparar os custos.

Além de perder com a utilização errada de seus ativos, a empresa também deixa de ganhar. Quando os bens da empresa não são empregados com a máxima eficiência, isso significa que ela está perdendo a chance de lucrar mais e de desenvolver um produto mais competitivo.

Além disso, uma empresa que investe e valoriza a gestão de ativos tem a possibilidade de se adequar a procedimentos e normas técnicas com padronização internacional, o que agrega valor ao nome da organização.

Vale lembrar, por fim, que equipamentos funcionando em condições ideais de operabilidade e um ambiente de trabalho organizado reduzem muito o risco de acidentes. Estes geram perdas inestimáveis para a empresa e para os colaboradores que trabalham diretamente com o maquinário.

Não investir na gestão de ativos, portanto, pode ser o famoso “barato que sai caro”, já que a empresa aumenta o risco de ter que pagar indenizações por reclamações trabalhistas.

Como começar a gerir ativos de forma eficiente

Geralmente, o primeiro passo para tomar as rédeas do patrimônio da empresa é criar uma equipe especializada no assunto. A especialização da equipe pode acontecer de diversas formas. Vale contratar um funcionário qualificado (com MBA em gestão de ativos, por exemplo), uma consultoria ou um treinamento para os colaboradores.

Em seguida, é importante fazer um inventário dos bens da empresa. Esse é um pressuposto lógico para que se possa gerir os ativos de uma organização. Não podemos gerir aquilo que não conhecemos, não é verdade?

Por isso, identifique e registre todos os ativos da empresa com uma breve descrição sobre as suas qualidades e peculiaridades, individualizando cada um deles.

O papel da tecnologia na gestão de ativos

Como você já deve ter percebido, a gestão de ativos não é uma tarefa das mais simples. Decidir pela necessidade de aquisição do bem, armazená-lo em condições ideais, capacitar colaboradores para operá-lo, controlar o consumo de materiais, analisar a eficiência e realizar manutenções preventivas e emergenciais são algumas das etapas desse processo.

Esse quadro é ainda mais severo quando estamos falando de organizações que dispõem de uma quantidade enorme de ativos — algumas possuem até mesmo um grande complexo industrial. Imagine gerir todos esses bens, um por um?

Se você está pensando que apenas uma máquina seria capaz de dar conta de tudo isso, saiba que você está certíssimo. Nos dias atuais é inconcebível realizar esse tipo de tarefa sem o apoio de um software de gestão de manutenção.

O software permite que você cadastre qualquer tipo de entrada relativa aos serviços de manutenção realizados em equipamentos da empresa. Ele permite, ainda, o planejamento e o acompanhamento de serviços de manutenção agendados. Você também pode emitir automaticamente documentos, alarmes, cronogramas, histórico de eventos e gráficos.

Outra funcionalidade importante é poder calcular o consumo de materiais, analisar perdas na produção e os custos de cada ocorrência. Isso permite que essas informações possam chegar até o plano gerencial da empresa e que seus gestores possam tomar decisões importantes amparados por esses dados.

Por dentro do PAS 55 e ISO 55.000

O PAS 55 é um procedimento técnico com 28 pontos de boas práticas, publicado pelo Global Forum on Maintenance & Asset Management (GFMAM), que tem sede na Suíça e conta com a participação das mais importantes associações de gestão de ativos do mundo, incluindo a Associação Brasileira de Manutenção e gestão de ativos (ABRAMAN).

Inicialmente, cumpre destacar que o PAS 55 trata apenas da gestão de ativos físicos ou corpóreos, excluindo, portanto, acepções mais genéricas do termo “ativo”. O objetivo aqui é aperfeiçoar o sistema de gestão de ativos das empresas para torná-lo mais eficiente e sustentável.

A ISO 55.000 é uma norma de padronização internacional em vigor desde janeiro de 2014. Em linhas gerais, podemos dizer que ela seguiu as principais diretrizes já estabelecidas pelos 28 pontos da PAS 55 e já se encontra traduzida para mais de dez idiomas, incluindo português brasileiro.

Fonte: www.engeman.com.br